Acho que o grande barato das bolsas mais icônicas que existem, são sua história, os motivos que a fizeram nascer, e não há nada mais feminino que elas. Nasceram exclusivamente para nós, para nos atender.
Lendo Primatas da Park Avenue, conhecei a história da Birkin, da Hermès, e achei incrível.
Tudo começou com a atriz e cantora Jane Birkin, ou melhor Jane Mallory Birkin, nascida em Londres, em 14 de dezembro de 1946, que escolheu a França como residência. Sua fama se deve principalmente a relação amorosa com Serge Gainsbourg nos anos 70, ex de Brigitte Bardot, com que teve uma filha, a Charlotte Gainsbourg, a atriz de Ninfomaníaca.
Jane era cliente da Hermés, mas não gostava muito da Kelly, modelo criado especialmente para a princesa Grace, porque não cabiam suas coisas dentro da bolsa. Ela então carregava uma bolsa de passeio de palha, mas suas coisas viviam caindo. Em 1981 ela encontrou no avião um senhor, que a ajudava a recolher seus pertences caídos pelo corredor da aeronave, e lhe explicou que não tinha uma bolsa que fosse adequada para carregar suas coisas em suas idas e vindas entre Londres e Paris. Este homem era nada nada menos que Jean-Louis Dumas, presidente-executivo da fabricante de couro mais proeminente e exclusiva do mundo, a Hermès.
A cantora sugeriu que fizesse uma bolsa maior, com alças apropriadas e que pudesse ficar aberta o tempo todo e na cor preta.
Então, 1984, a Hermès começou a oferecer uma bolsa de couro preto, muito bem feita e elaborada, que era uma versão reduzida das bolsas Hermès criadas há cem anos para carregar celas de cavalos, com duas alças, e uma dobra superior que poderia ser deixada para trás e aberta ou fechada com a fivela. Podia ser carregada no braço ou nos ombros. A bolsa conseguiu ser uma meio termo entre as de dia a dia e as de fim de semana e a união de praticidade com estilo.
Anualmente são produzidas 2.500 Birkins, pois não se trata de uma produção em larga escala e sim de muito trabalho artesanal, o que a faz ser considerada uma verdadeira obra de arte, fato que justifica seu preço.
E não pense que vc pode ir em alguma loja Hermès e comprar a sua. Existe uma fila de espera que pode chegar a 3 anos, fato que muda caso você seja uma celebridade ou possua uma cargo muito, mas muiiiito importante mesmo. Ou então se render ao mercado negro, pessoas que possuem a Birkin e a vendem a valores exorbitantes para que você não tenha que esperar tudo isso.
Jane usa uma única Birkin em uma cor neutra até ela ficar bem velhinha; só então ela pega uma nova e leiloa a antiga para instituições de caridade. Ela também costuma customizar suas bolsas para ficar menos formal e mais casual.
A princípio, ela havia aceitado uma bolsa de graça em troca da utilização de seu nome. Mas como ela não era uma embaixadora de fato paga, a Hermes agora paga anualmente o uso de seu nome, no qual ela doa para instituições de caridade de sua escolha.
Recentemente rolou uma pequena confusão e a atriz pediu à Hermès que retirasse seu nome da icônica bolsa. O pedido foi feito depois que ela assistiu ao documentário feito pelo PETA sobre a produção do couro por empresas fornecedoras de matéria-prima para a Hermès, levando a marca a investigar a real situação dos animais.
Que MULHER, não é mesmo?
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